Arquivos mensais: abril 2016

O ser humano aprende somente aquilo que lhe parece útil, prazeroso e que faça algum sentido para ele.
Como o professor pode ensinar os bebês e crianças pequenas a partir dessa informação?
Elaboramos uma série de postagens que organiza as informações fundamentais para que os educadores tenham sempre à mão os pontos mais significativos do desenvolvimento nervoso e dicas para observar e planejar sua atuação.

O conhecimento do funcionamento e das estruturas do sistema nervoso avança a cada dia. A área responsável por estes estudos é a Neurociência. Aliar suas descobertas à nossa experiência em Pedagogia e à valorização da história e da cultura de cada criança, enriquece a atuação e favorece o planejamento de um ambiente efetivamente educador.
Com quais culturas estamos lidando?
Qual a história de cada pequeno?
Como funciona o sistema responsável pelas aprendizagens que cada criança fará do mundo?
O que saber, observar e quais as estratégias para trabalhar com o incrível desenvolvimento do cérebro humano?

bebes

Publicaremos uma série de postagens levantando os pontos mais significativos de cada fase do desenvolvimento nervoso, sensorial, motor, da linguagem, da cognição, aprendizagem e da subjetivação (relação e subjetividade):

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Fomos visitar o Colégio Sidarta, SP, e saímos de lá com muitas dicas e lições.
O Sidarta nasceu em 1998, da iniciativa de um imigrante chinês, Chang Sheng Kai, que queria retribuir a acolhida que o Brasil deu a ele e sua família. Com isso, foi criado o Sidarta como escola de aplicação.
O que isso quer dizer?

Aí vem a primeira lição dessa comunidade: pesquisar o mundo para se pesquisar e se reinventar. A equipe da escola está sempre intranquila. Lá se busca conhecer o que acontece no mundo da Educação, da Ciência e da Cultura para arriscar novos modos. Segundo a diretora Claudia Siqueira, se você não arrisca não aprende. Criamos uma escola para a criança. Enquanto existem escolas oferecendo “metodologias”, a gente procura ser o que a criança precisa.

sidarta_colégio

Assim, o Sidarta é uma referência que cumpre com a missão de levar seus princípios e práticas educacionais para o maior número de pessoas. Tem uma atuação importante na rede pública do seu entorno, abrindo seus conhecimentos em formações continuadas com os educadores.

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Depois de procurar e não encontrar, escrevemos um pequeno livro digital de história infantil com a temática da MORDIDA. O livro com enredo da Joyce M. Rosset, foi deliciosamente ilustrado por Pietro Nicolodi.

Nesta época do ano as mordidas estão em pleno vapor! Trabalhar essa questão com as crianças exige paciência e dedicação. O educador precisa aperfeiçoar a escuta,  manter o radar ligado e ensinar aos pequenos alternativas para expressar as suas frustrações. Conversar com o grupo sobre esse tema também ajuda. As histórias contadas nas rodas são um bom disparador para colocar todos, mordedores e mordidos, na conversa. 

Livro Mordida Não Napoleão (clique no título para baixar o PDF) fala de um menino que descobre a própria boca. Ao ser mordido pelo seu cachorro pequenino, percebe que a boca pode também machucar. A história sugere paradas ao longo do enredo com perguntas que colocam a turminha para pensar e falar.

Você pode imprimir as imagens, montar o livrinho e ler para as crianças. Também pode imprimir versões menores para deixar à disposição dos pequenos nos cantos de leitura. Desse modo, a história e o contexto passarão a fazer parte do acervo intelectual da turma.

Bom proveito!

capa 1 livro Mordida não Naoleão

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Mediação, produto, processo, brincadeira e conhecimento de mundo. Estes são conceitos que recheiam os livros de pedagogia e as formações. Sabemos o que eles significam? Pensamos nesses conceitos na prática diária?
Convidamos você para fazer uma parada! Stop! Vamos refletir? Vamos fazer uma parada para pensar.

Reflexão… uma palavra tão presente! Falamos muito sobre ela mas nem sempre caminhamos pelos seus significados.

  • Na Psicologia, refletir significa pensar sobre um tema.
  • Na Física, refletir é mudar de direção (percebemos isso quando mergulhamos metade de uma varinha numa piscina e vemos sua imagem distorcida).
  • Para a Matemática, a reflexão está relacionada a uma transformação geométrica.
  • Para os Programadores, reflexão é a capacidade de um programa observar ou modificar a sua estrutura

Uma “parada para pensar” que abraça todas essas ações, pode produzir transformações e novos comportamentos. Propomos uma jornada com 5 pontos de parada para se observar, pensar, mudar de direção e transformar estruturas.

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Crianças aprendem a todo o momento. Quando pequenas, as interações e as brincadeiras são os principais mediadores das suas  aprendizagens. A Natureza atrai, instiga e provoca o interesse dos pequenos que pesquisam seus elementos com grande interesse. Sol, ar puro, água, pedras, terra, plantas, galhos, folhas, raízes, insetos, aves… como promover o encontro das crianças com esse ambiente? O CEI Barra Manteiga, SP, criou uma solução para levar seus pequenos quinzenalmente a um parque com Natureza de verdade.

Parque Anhanguera

Experimentar a Natureza é mais do que importante para a formação dos pequenos.  É fundamental, tanto do ponto de vista do desenvolvimento físico como para a saúde mental e a construção de conhecimento.

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trabalhando o corpo do bebêPara a professora de Educação Física e doutora em Educação, Monica C. Ehrenberg, a criança não tem um corpo, ela é um corpo. Pensar na criança como um indivíduo, é entender que ela é um conjunto de capacidades motoras, cognitivas, sociais e culturais. E, portanto, ela tem uma história que não é menor, mas diferente da nossa. Conhecer e compreender isso favorece o trabalho adequado ao desenvolvimento dos pequenos, em todos os aspectos.
Nesse sentido, o olhar para as crianças precisa partir do olhar que temos para nós mesmos.
Tem criança que não gosta de dar a mão para um tal colega, que não curte tirar o sapato ou não se sente confortável em sentar de índio. Será que todos os adultos gostariam de dar mão para qualquer pessoa numa roda? Todos nós nos sentimos bem sentando de índio? Não temos nossas preferências individuais?
E a limpeza dos narizes? Já pensou se alguém limpar o seu nariz da mesma forma com que passamos o papel no nariz dos pequenos?

Pensar em questões como essas é trabalhar o olhar respeitoso. É não esquecer que a criança é um sujeito.

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Para as crianças, o desenho é brincadeira, desafio e prazer com os próprios movimentos. Mais tarde, as marcas também são valorizadas.
Para que essa brincadeira continue e seja ampliada é preciso desenhar sempre e, em especial, pensar em alargar os desafios.

 O que interfere no desenho e o que pode variar os desafios?

desenho 3Para a neurocientista mineira Leonor Bezerra, o cérebro das crianças está no início do seu desenvolvimento. Nesse momento é ideal provocar diversas áreas cerebrais com estímulos multissensoriais, isso é, que obriguem a criança a sentir e usar vários órgãos dos sentidos ao mesmo tempo. Assim, o ato de desenhar, que já se mostrou importantíssimo para favorecer a expressividade e as narrativas, também ganha pontos com os estímulos motores e proprioceptivos* associados às emoções e sensações. Quando propomos desafios mais amplos para os pequenos, bombardeamos [no bom sentido] diferentes áreas cerebrais ao mesmo tempo. Com isso, o cérebro desenvolve  conexões nervosas mais abrangentes e complexas. Aprender é assumir novos comportamentos e atitudes.

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Atuar com previsão, organização e preparo favorece uma atmosfera mais tranquila e o olhar antenado nas pesquisas das crianças. Fazer um planejamento cuidadoso e atento às demandas e desejos expressos pelas crianças é um passo para conquistar situações como essa.  E um roteiro para planejar pode ajudar a exercitar o ato de planejar.

Para Madalena Freire, reconhecer os limites do contexto e da atuação do professor revela os caminhos do planejamento. São os próprios limites em sintonia com a realidade:

  • O que é possível fazer?
  • Quais os saberes e potencialidades que reconheço no grupo?
  • Quais desafios são adequados à faixa etária e a este grupo?
  • O que eu já sei e o que preciso pesquisar?

Aividade eu experimento pintar - organização do espaço

Madalena ainda fala sobre a liberdade, e talvez uma certa leveza, para atuar quando existe organização e disciplina do educador que “organiza, delimita e direciona a liberdade” de si e do grupo. Assim, pensar no planejamento envolve duvidar, perguntar e se questionar. Que tal experimentar um roteiro de planejamento que busque estruturar sua atuação e as conquistas das crianças?

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campo de experiencias corpo trepa-trepaO PROTAGONISMO INFANTIL foi o tema que levantou mais comentários da série de postagens sobre o documento provisório da Base Nacional Comum Curricular . O documento provisório da Base não utiliza essa expressão como conceito central, mas como adjetivo de “PARTICIPAÇÃO” para ressaltar a escuta e a valorização da voz da criança.

Ao considerar as formas das crianças aprenderem, a “PARTICIPAÇÃO” foi transformada em direito:

PARTICIPAR, com protagonismo, tanto no planejamento como na realização das atividades recorrentes da vida cotidiana, na escolha das brincadeiras, dos materiais e dos ambientes, desenvolvendo linguagens e elaborando conhecimentos.

Assim, participar com protagonismo e fazer escolhas foram termos escolhidos para se aproximar da questão do protagonismo da criança. Porém, nos questionamos:

Por que não valorizar o conceito de PROTAGONISMO? O que o uso desse termo causa nos educadores que os fazem reagir de formas tão diversas?

Tempo de Creche foi atrás de algumas respostas para este questionamento e conversou com quatro educadoras e estudiosas da criança. Conhecemos diferentes caminhos que levam a pensar na escuta acolhedora dos interesses e pesquisas que as crianças trazem e na reflexão equilibrada do professor ao ponderar e dimensionar os desafios dos conteúdos mais importantes para serem trabalhados com suas crianças.

Como você explica o protagonismo infantil?

Para Alice Proença o protagonismo só pode ser visto em função de uma relação. Ora eu sou protagonista, ora eu sou coadjuvante. Ser coadjuvante significa que eu estou criando um meio para o outro poder ser o ator principal.

campo de experiencias identidade

A Denise Nalini parte para análise do termo: eu sempre penso no desmonte dos termos. A gente tem um monte de conceitos e eles não estão desmontados, desse modo, cada um entende o que quer. É assim que acontece com o protagonismo infantil. Entendemos a criança como capaz, no sentido da capacidade de aprender e de construir um conhecimento. Ela, enquanto criança, está em processo de formação e não tem condições de dizer “olha eu quero aprender isso e aquilo”. Ela precisa do olhar do educador para fazer a tradução de suas necessidades, que tem um papel fundamental no processo de desenvolvimento e acompanhamento da criança.

Josca Barouk também segue pela definição do termo protagonismo: se entendermos a vida como um palco e a criança como o ator principal da sua vida, ainda assim não quer dizer que ela pode tudo e nem de que ela prescinda de atores coadjuvantes, do diretor ou do roteirista. Então, tem muita gente que confunde protagonismo com deixar fazer tudo. Uma professora me contou que um menino de quatro anos chegou na escola, num dia muito quente, com a blusa de lã do irmão de oito anos. Ele não conseguia andar porque estava tropeçando. A mãe falava “mas ele quis!”. Olha só! A criança quer usar uma roupa de lã, de um menino mais velho para ir para a escola, mal conseguindo se movimentar e num dia quente. Basta ele querer? Pode uma criança escolher tudo o que vai comer? A hora de dormir? Os programas que vai assistir? Qual é o papel do adulto? Por outro lado, o adulto precisa regrar tudo? Então o que é esse protagonismo? A gente sempre foi protagonista da nossa vida, mas tem educadores que cerceiam a criança achando que só tem uma maneira de viver as experiências. Portanto, está nos olhos e na escuta do adulto perceber como a criança está se manifestando e em que pontos a criança pode fazer suas escolhas adequadamente.

Tânia Fukelmann Landau parte de um questionamento: como as crianças podem construir suas próprias narrativas? É preciso aguçar o olhar e a sensibilidade para escutá-las, e elas não falam somente com a boca. Dizem-nos com seus gestos, movimentos, olhares e inúmeras expressões. Precisamos aprender a interpretar e dar visibilidade para suas ideias, pensamentos e representações do mundo.

Como os educadores compreendem o protagonismo da criança?

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menino desnhando na paredeCrianças escolhem desenhar. Em diversas culturas, desenhar é uma atividade típica da infância. Ao observar os pequenos desenhando é comum perceber que todo o corpo está envolvido na ação. Os rabiscos fluem de mãozinhas que voam sobre o suporte, deixando suas marcas. Às vezes as crianças desenham sem mesmo acompanhar a ação com o olhar, fazendo parecer que os rabiscos são marcas ocasionais e sem sentido…. Ledo engano! Muita coisa está acontecendo porque nesses momentos elas usam seu cérebro de forma complexa e dedicam emoções à ação que fica expressa no suporte.

bebê desenhandoCrianças podem rabiscar desde que consigam segurar um riscador (qualquer objeto como gravetos, carvão, tijolos ou mesmo batons…) e coordenar seus movimentos o suficiente para deixar marcas. Mas é por volta dos 18 meses que elas se interessam de fato por rabiscar. Para Piaget, as crianças desenham o que sabem e não o que veem. O estudioso do desenho infantil G. H. Luquet, dizia que a criança desenha para se divertir e é para ela uma brincadeira como outra qualquer. Mais especificamente, uma brincadeira que pode ser brincada a sós, em espaços fechados ou ao ar livre.

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