Arquivos mensais: setembro 2016

Volta e meia nos deparamos com situações corriqueiras de “ensino” das cores em creches e escolas de Educação Infantil. Por que essa aprendizagem é considerada fundamental para o desenvolvimento das crianças? O que dizer das atividades coletivas planejadas para explorar apenas uma cor? Hoje é o dia do amarelo! …um sem fim repetitivo de papéis cortados, tintas e material impresso de qualidade duvidosa, para tentar relacionar o conceito abstrato da cor à sua nomeação.

Parece que a creche é a guardiã desse conhecimento! SERÁ?

Observe as cores ao seu redor…
Elas não existem sozinhas! Estão inseridas num contexto, são características das plantas, frutas, animais, de objetos etc.

folhasAssim, é importante trabalhar as cores como qualidades das coisas, e não extraí-las isoladamente do seu contexto. Afinal, crianças aprendem o mundo a partir do contexto em que vivem: reconhecendo as cores que encontra pelo caminho, nos objetos, nas roupas, na natureza… o universo é colorido! E a criança se interessa por conhecê-lo.

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Já ouviu falar sobre a defasagem de 30 milhões de palavras?
Essa é a conclusão de uma pesquisa que comparou a quantidade e a qualidade das palavras ouvidas pelas crianças nos três primeiros anos de vida e a relação com os recursos e o nível educacional das famílias.  

Como o ambiente influencia o desenvolvimento da linguagem da criança? Como contribuir com essa aprendizagem?

O desenvolvimento da linguagem e seus efeitos têm sido estudados por um número cada vez maior de pediatras e neurocientistas em todo o mundo. Um artigo lançado neste mês na revista científica americana JAMA Pediatrics  conclui que o número de palavras ouvidas pelas crianças de 0 a 24 meses começa a revelar consequências a partir de 9 meses de idade, e fica mais evidente aos 2 anos. Em resumo, o que a criança escuta desde o nascimento tem influência no vocabulário que ela terá aos 2 anos. As consequências da falta de vitamina da palavra* levam ao atraso na alfabetização, ao desempenho escolar abaixo do esperado e dificuldades sociais e econômicas.

mae-conversando-com-o-filhoHart e Risley, os pioneiros dessa abordagem, eram estudiosos da educação infantil em contextos de pobreza e guerra nos anos de 1960. Frustrados com os resultados inexpressivos das ações que buscavam melhorar o desenvolvimento da linguagem na educação infantil, levantaram a hipótese de que, se a escola estava desenvolvendo um bom programa com as crianças, então as diferenças na qualidade da linguagem deveriam estar associadas ao que acontecia em casa. Assim, decidiram mudar o foco de suas pesquisas investigando o que a criança ouve dos adultos cuidadores (professores e familiares) a partir de sete meses até três anos de idade.

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Com 18 meses as crianças já não são mais bebezinhos. Elas executam movimentos mais complexos e coordenados, se deslocam com certa facilidade e suas capacidades intelectuais lhes permitem comunicar sentimentos e desejos por meio da linguagem – gestos, expressões faciais e palavras. Como é o desenvolvimento das crianças dos 18 aos 24 meses? O que a neurociência nos fala sobre esse período?

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Por meio de Quadros Facilitadores, organizados a partir da LinguagemMovimentos (coordenação motora global e fina), Subjetivação (emoção e relação) e Cognição, abordamos a jornada de desenvolvimento das crianças entre 18 e 24 meses. Apesar da subdivisão, não podemos perder de vista a certeza de que funcionamos como unidade. Assim, todas as áreas de desenvolvimento (social, emocional, intelectual, linguagem e motora) estão conectadas. Cada uma depende e influencia a outra.

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Uma leitora nos perguntou a respeito da pertinência das famosas formaturas na educação infantil. Ela destacou que não vê a necessidade do evento, mas por conta de uma prática já difundida entre muitas creches e escolas, sente dificuldade em discutir a questão com a equipe pedagógica e familiares.

Gostaria de saber se vocês tem algum texto sobre FORMATURA NA EDUCAÇÃO INFANTIL. Não concordo que haja necessidade desse evento para “comemorar” a transição para o ensino fundamental. Mas o fato é que muitas instituições têm essa prática, o que dificulta o entendimento por parte de alguns professores e também os pais. (C.S.)

Como vemos essa situação?

O que significa formatura?
A palavra formatura deriva de formar-se ou formação. A “formatura” é uma cerimônia festiva de conclusão de um curso. É a conclusão de uma etapa da vida que transformou um grupo de pessoas. Nesse sentido, as formaturas podem ser vistas também como rituais de passagem: celebrações que marcam mudanças de fase de uma pessoa na sua comunidade e na sua formação. Os ritos de passagem podem ter caráter social, comunitário ou religioso. Mas, em geral representam a marca de momentos importantes na vida das pessoas.

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A Escola do Bairro, da educadora Gisela Wajskop, foi inaugurada. Estávamos ansiosas para conferir o resultado interessante que já despontava na obra.
Como suspeitávamos… o clima de casa, de bairro, de família, de quintal, de brincadeira, se manteve. O que nos levou a pensar: como devem ser as escolas para crianças? Qual a atmosfera ideal? O que os ambientes devem transmitir?

Era uma manhã ensolarada. Um clima de festa de família ocupava uma das calçadas da Rua Joaquim Távora, na Vila Mariana, SP. Aquela agitação de entra e sai, de crianças querendo descobrir e pais ansiosos por conferir a possível escola para seus filhos.

Atravessando o corredor da entrada, ladeado por plantinhas coloridas, avista-se uma casa de vó e um imenso quintal no fundo.

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Na segunda parte da postagem sobre o momento da alimentação das crianças pequenas, a educadora, especialista em Educação Lúdica e parceira, Tania Fukelmann Landau, percorre a visão da abordagem Pikler para destacar dicas práticas.

Os estudos, pesquisas e trabalhos da Pediatra húngara Emmi Pikler, realizados nos meados dos anos 50, podem nos ajudar a compreender e agir melhor nesta direção, principalmente quando falamos do desenvolvimento e do processo de alimentação de crianças e bebês em creches e abrigos. Embora ela tenha nascido e vivido em uma realidade tão distante e diferente da nossa, existem referências, princípios e práticas nas quais podemos nos inspirar para aperfeiçoar o atendimento na primeira infância.

bebe-comendo-papinhaEmmi Pikler nos ensina que a hora de comer faz parte da rotina de cuidados, assim como o sono, a troca e o banho. É um momento especial para formação de vínculos e construção da autonomia, requer atenção especial e personalizada.

Antes de adentrar na sistemática do funcionamento destes momentos de refeição, faz-se importante salientar alguns pressupostos das rotinas de cuidados personalizados:

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A educadora, especialista em Educação Lúdica e parceira, Tania Fukelmann Landau, escreveu duas postagens sobre o importante, polêmico e delicado momento da alimentação. Como qualquer ação que realizamos com as crianças, a hora das refeições precisa se transformar em momento de prazer para saciar os desejos da barriga vazia, da mente pesquisadora e do coração amoroso. É uma questão de olhar e de intenção. É cuidado e também educação.

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Sou do tempo em que bebê gordinho era sinônimo de bebê saudável. E, dá-lhe mamadeiras engrossadas com maisena (nome popularizado para amido de milho), farinha de arroz, farinha láctea, Neston, etc. O leite do peito era rapidamente substituído pelo leite em pó e o desmame precoce naturalizado.

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O que Reggio Emilia tem para nos inspirar?
O que pode ser adequado à nossa cultura e contexto?
Ouvimos duas educadoras argentinas, especialistas na abordagem, falarem sobre suas experiências no Colégio Aletheia e os olhares para a abordagem.

Sócio-construtivismo, Reggio, Pikler, metodologias, abordagens, crenças… não importa! Vale a pena conhecer e acompanhar pesquisas e estudiosos no assunto para refletir sobre a nossa educação, ampliar o repertório e experimentar novos caminhos.

Por isso compartilhamos alguns dos pontos abordados por Diana Vendrov, da RedSolare, e Judith Birnbaum, do Colégio Aletheia, na Palestra Horizontes com sentido: a documentação pedagógica, ministrada no Instituto Vera Cruz, SP.

Colégio Aletheia desenho

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Que tal a sensação de caminhar sobre esponjas macias que marcam as passadas?
É possível pintar com os pés?
O que podemos ouvir das crianças quando são provocadas e fazem suas pesquisas?

Selecionamos uma proposta da coleção Fazendo Arte do PIM – Programa Primeira Infância Melhor, do Governo do Estado do Rio Grande do Sul para pensar sobre pesquisa e escuta.

O PIM é um programa de política pública pioneiro no Brasil, desenvolvido em 2003. É uma ação de promoção do desenvolvimento integral da primeira infância que se apoia em três eixos: família, comunidade e intersetorialidade (saúde, educação, assistência social, cultura e justiça). O programa se desenvolve através de visitas domiciliares e comunitárias. Um time de visitadores capacitados visita semanalmente famílias em situação de risco e vulnerabilidade social, e constrói com elas o fortalecimento de suas competências para educar e cuidar das crianças.

Os materiais elaborados pelo grupo técnico do PIM para capacitação da equipe de visitadores estão disponíveis no site do programa e podem ser baixados gratuitamente.

Colecao-Fazendo-Arte

coleo-fazendo-arte-pim vol4

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