Arquivos mensais: janeiro 2019

Práticas Comentadas para Inspirar, aprovado e recomendado pelo MEC, apresenta uma série de atividades reais, levantadas em creches e escolas.

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Desde que o mundo é mundo, o homem mantém seu espírito engenheiro, uma comichão para juntar coisas e transformá-las em outras coisas. Há milênios o homem constrói, experimenta e repete estas brincadeiras desde criança. Ainda bebê, os objetos são segurados, revirados, sacudidos, derrubados e atirados. Mais tarde, com dois ou mais objetos, os pequenos testam encaixes, equilíbrios, empilhamentos e “derrubamentos”. Aos poucos, as crianças exercitam atividades de construir partindo da associação de objetos sem um objetivo definido, para grandes construções planejadas.

A palavra engenharia tem origem no latim ingenium, que significa genialidade e habilidade. No século XIV ela foi relacionada à habilidade de construir e, mais tarde, à engenharia. O fato é que, construir coisas é brincadeira de criança de todas as culturas, o que muda são os materiais utilizados.

E a escola, o que ela tem a ver com esta habilidade humana?

Na escola às vezes nos limitamos em oferecer kits de blocos, quebra-cabeças e de peças de encaixe acreditando que os desejos das crianças de construir estão sendo contemplados.
Só que não!
Assim como em outros contextos de brincadeira, a oferta exclusiva de brinquedos prontos limita o uso e pouco favorece a criação e o exercício de ir além do que “está previsto” para o material. Assim como o desenho e a modelagem, as atividades de construção desafiam a criatividade, o planejamento, a previsão de situações (acho que vai encaixar/equilibrar/caber) e a resolução de problemas. Por isso, oferecer materiais alternativos amplia os desafios e as experiências. E, para a nossa sorte, alguns destes objetos são acessíveis e fáceis de encontrar: sucatas e outros materiais de largo alcance – os não estruturados.

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O segundo livro do Tempo de Creche está à venda. Aprovado e reconhecido pelo MEC traz dezenas de práticas reais do cotidiano da Educação Infantil.

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Por que novos ambientes são tão desafiadores? Por que é difícil voltar para a escola se os espaços, os professores e as crianças são, na sua maioria, as mesmas? O que acontece na relação escola – crianças – professores – famílias na volta das férias? Os primeiros dias do início de cada período letivo são considerados período de adaptação. Alguns especialistas preferem o termo acolhimento. Para nós, ambas as referências são adequadas e o uso depende do lado que se considera nessa relação.

Do ponto de vista da escola, temos, sem dúvida, um período dedicado ao acolhimento, que requer da equipe pedagógica intenção, empenho e planejamento.
Já a criança e a sua família vão passar por um período adaptativo.

Mas de onde vem o conceito de adaptação no âmbito da educação?

O cientista suíço Jean Piaget (1896 – 1980) demonstrou que o conhecimento é construído à medida que o meio provoca um desequilíbrio no ser humano. Isto quer dizer que a cada problema, desafio, aspecto curioso, o ser humano, desde que é bebê, sente um incômodo e tem necessidade de rever suas ideias. A busca por soluções para enfrentar novas situações leva a uma adaptação ou um “conforto” momentâneo, sentido ao esclarecer os pensamentos desequilibrados (equilibração).

As crianças da educação infantil têm no máximo cinco anos, no início do período letivo. Cinco anos são 60 meses de desenvolvimento e amadurecimento. Na velocidade em que esse crescimento se processa, um mês – ou 30 dias – são quase uma era!

Por isso, quando recebemos nossas “velhas crianças” na escola temos muitas facetas novas a descobrir e um período de reconhecimento para despertar. O que já foi vivido deixou marcas e é preciso um tempo para que as crianças relembrem o que viveram.

Assim, o retorno para a escola deve ser processual, construindo uma retomada da familiaridade com os ambientes, a rotina, o encontro com os colegas e os adultos que foram referência no passado, para estabelecer um ambiente aconchegante, construir novos vínculos e novas aprendizagens. Nesse sentido, o termo acolhimento cabe como uma luva à escola.

Por onde começar? O que planejar para acolher?

Um bom começo é levantar com os professores dos anos anteriores as preferências das crianças que serão recebidas e considerá-las no planejamento da primeira semana de adaptação. Atendendo aos gostos e desejos, fica mais fácil criar um ambiente acolhedor e seguro.

Por isso, um cuidado estratégico é planejar a chegada das crianças de forma gradual. Garantir alguns dias exclusivos para as “crianças antigas” favorece sua ambientação e adaptação. Assim, quando os novos chegarem, encontrarão uma atmosfera mais tranquila e segura para se espelharem. Por exemplo, uma turma de crianças de dois anos, que já frequentou a instituição no ano anterior, deverá retornar para a escola três ou quatro dias antes da entrada dos novos colegas. No caso de turmas numerosas, que tal dividir esse retorno em duas ou três etapas para garantir a disponibilidade de acolhida e atenção dos professores?

Os atores da delicada relação

Parceria: família e instituição

Planejar ações para construir uma boa relação com as famílias é o primeiro passo da adaptação das crianças e da cumplicidade no processo educativo.

O espaço e a equipe da instituição podem ser desconhecidos para as família, gerando inseguranças. Criar momentos de conversa, apresentação da metodologia, da rotina, dos ambientes e do processo de acolhimento das crianças, estreita os laços e compartilha o cuidado e a educação.

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