Postura do Professor

Zero a três anos de idade não é só uma questão de idade. É abordar os principais anos da formação de todos os seres humanos. É neste período que as experiências e descobertas são levadas para toda a vida.

Converso Assessoria Pedagógica e Ateliê Arte, Educação e Movimento apresentam uma jornada com oportunidades para se debruçar sobre este período, com o olhar fundamentado na abordagem de Emmi Pikler.

A proposta contempla ciclos de estudos com três encontros cada, um curso semestral e uma palestra.

crianças comendo

O Ciclo sobre Alimentação, que inicia em 15 de setembro, envolve o planejar cuidadoso dos momentos de alimentação das crianças, compreendendo-os como parte de ações intencionais de educação, que demandam tempo, espaço e organização especial. A alimentação das crianças pequenas vai além da satisfação das suas necessidades básicas de subsistência. A hora da comida está repleta de significados afetivos, sociais e culturais que construímos na relação com o outro, seja ele o cuidador ou companheiro de mesa.

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Uma situação desperta atenção em diversas instituições de educação: a solidão do trabalho do professor. Entrar na sala no começo do dia, olhar para o espaço, antecipar os afazeres com as crianças, as questões burocráticas, a arrumação do ambiente e o encaminhamento das ações pedagógicas. Quase todos os dias! Esse voo solitário é parte do trabalho do educador. Mas é só parte! Porque o espaço da escola é educativo: para crianças e professores! É preciso crescer profissionalmente.

Defendemos que a aprendizagem acontece na relação. É a construção dos vínculos que estabelece os canais para observar, agir e promover aprendizagens. E procuramos fazer tudo isso todos os dias… com o outro! Com as crianças, com as famílias e com a comunidade. E quanto a nós mesmos? Quais são os canais que nos fazem crescer profissionalmente? Quais são as oportunidades que nos expõe à aprendizagem? E não vale responder que aprendemos todos os dias com as crianças, com a nossa prática, blá! blá! blá! Essa é uma das formas, mas não deve ser a única.

corredor escolar portas abertasAssim como planejamos tempo, espaço e materiais para que as crianças aprendam autonomamente, com os adultos e umas com as outras, estamos preparados e abertos para aprender com os educadores da nossa equipe? Estamos abertos para aquele profissional que está na sala ao lado e que não necessariamente temos afinidade pessoal?

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Quando falamos em trabalhar e desenvolver as relações humanas na Educação Infantil, logo pensamos nas rodas de conversa e seus momentos de fala e escuta, e nas situações de compartilhamento de materiais. Mas esquecemos que se relacionar é um aprendizado complexo que acontece em todos os momentos da vida escolar.

Na prática, é nos conflitos e disputas por materiais, por espaços e pela atenção dos pais e educadores que as crianças desenvolvem estratégias para serem ouvidas e terem suas vontades atendidas.

Assim, ouvir as crianças e mediar os conflitos são matérias primas para promover as aprendizagens relacionadas às interações entre as pessoas. É preciso tirar proveito dessas situações quando elas acontecem.

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A escolha das palavras que usamos tem influência na aprendizagem?
Uma questão que aflige estudiosos do comportamento e da aprendizagem é a forma como crianças e jovens enfrentam os desafios e a aprendizagem. Crianças “esforçadas” e as “talentosas e inteligentes” parecem pertencer a dois grupos distintos quando se trata de enfrentar as frustrações e as dificuldades que a vida naturalmente impõe.
Um estudo recente descobriu que as palavras e atitudes que utilizamos para elogiar as conquistas dos nossos pequenos, a partir de 1 ano, fazem toda a diferença.

Segundo a jornalista Eliane Brum, as gerações de jovens de hoje tiveram muito mais recursos que seus pais. Parece que valorizamos e nos esforçamos mais para investir no desenvolvimento de nossos filhos. Ao mesmo tempo, esses jovens e adolescentes cresceram acreditando na ilusão de que a vida é fácil, que eles já nasceram prontos e que o mundo precisa reconhecer a sua “genialidade”. Uma geração que cresceu numa redoma protetora que evitou as frustrações e desencantamentos. São crianças que acreditaram que a felicidade é um direito… e não uma conquista! Nas palavras da Eliane, somos uma geração de pais que não conseguiu dizer que viver é para os insistentes.

menino pintandoNos Estados Unidos, a pesquisadora da Universidade de Stanford, Carol Dweck, estuda temas como motivação e perseverança desde a década de 1960. Recentemente, suas descobertas podem esclarecer aspectos da educação das crianças que explicam a postura da geração atual de jovens, descrita por Eliane Brum.

Nos estudos de Carol, ela classificou as crianças em dois grupos:

  • Aquelas que acreditam que o sucesso é o resultado de talento ou de capacidade inata, ou seja, que já nasceu com a pessoa.
  • Aquelas que acreditam que o sucesso é resultado de trabalho duro.

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Para a pediatra húngara Emmi Pikler, a conquista autônoma dos movimentos da criança está ligada ao desenvolvimento cognitivo. Um depende do outro: movimentos, relações, sentimentos e cognição, num amadurecimento harmônico da criança por inteiro.
Será que temos a dimensão do que isso significa?  

Anna Tardos e Myriam David, estudiosas da abordagem Pikler, consideram que o movimento enquanto participante da formação da imagem corporal, se constitui na base fundamental do indivíduo. Isso quer dizer que a atividade motora do bebê está diretamente ligada à construção da singularidade da criança e à imagem que ela faz de si mesma.

Paulo Fochi destaca que a forma como permitimos que as crianças atuem nos ambientes preparados por nós, adultos, implica na forma como estão construindo suas competências. Assim, o adulto precisa construir um ambiente positivo para que os bebês se desenvolvam.

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As pesquisas de Pikler e os estudos de Fochi podem trazer aprendizados fundamentais para compreendermos como as crianças pequeninas se desenvolvem e aprendem, em especial aquelas que ainda não caminham. Inspirar-se e adequar os conhecimentos da abordagem de Pikler pode acrescer mais qualidade ao trabalho que fazemos com nossos bebês e crianças pequenas.

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Uma das qualidades mais importantes do professor é a paciência! Mas ao contrário do que se pode pensar ao ler essa afirmação, a paciência em questão está relacionada ao acompanhamento do ritmo das crianças e o precioso tempo de aprender. Estamos falando da paciência com a ansiedade de interferir.

O professor, além de garantir:
• um planejamento motivador e compatível com o interesse dos pequenos,
• a organização de materiais e espaços provocadores,
• a preparação de estratégias para fazer a mediação,
ele também precisa incorporar uma calma transcendental…

Como assim?

Balão-na-PráticaVamos imaginar uma situação comum ao quotidiano da creche. Num grupo na faixa de 24 meses, uma das crianças, capturada por uma série de caixas, descobre que empilhá-las pode ser muito interessante. Vê-se entusiasmo nascer no brilho dos olhos do pequeno. Percebe a sua intenção porque, a essa altura, já o conhece a fundo.
Ele coloca uma caixa no chão, pega outra e posiciona sobre a primeira.

Repete a operação com uma terceira caixa, desta vez, menor que as outras.
Detém-se por alguns instantes para admirar a construção.

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Quem não andou por ruelas e terrenos inexplorados, cutucando algo descartado ou explorando as possibilidades de brincar numa grande árvore? Quem não juntou objetos e pedaços de plantas para fazer uma preciosa cabana? Quem não se sujou de lama e pisou prazerosamente em poças d’água? Será que estamos roubando de nossas crianças parte da uma infância culturalmente cultivada por centenas de anos? Em nome de uma “infância protegida” não estamos transformando as brincadeiras e os seus riscos em desafios simples e pouco expressivos?

Um dos destaques da mostra Ciranda de Filmes 2016 é o curta-metragem The Land da americana Erin Davis (Documentário, EUA, 2015). O filme persegue as atividades de um grupo de crianças que frequenta um playground incomum, localizado no País de Gales, Reino Unido.

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Por que incomum?

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Como trabalhar com grupos de crianças agitadas? Qual deve ser o olhar do adulto para as “crianças agressivas”? “Crianças agressivas” são assim tão comuns? É possível colocar todos os pequenos no mesmo ritmo? Partindo do pedido de ajuda de uma professora, vamos conversar sobre isso.

Recebemos mensagem de uma leitora apreensiva com algumas crianças de sua turma de 3 anos: preciso de algum texto que fale sobre comportamento muito difícil em crianças do maternal 2, entre 3 e 4 anos… Preciso na verdade de dicas de “ações – atividades” para trabalhar com o meu grupo de 17 crianças de uma comunidade carente e violenta… (S.O.)

Essa é uma situação que causa inquietação, mas é mais comum do que gostaríamos. Vamos percorrer um caminho que possa inspirar soluções consistentes.

Primeira parada: “estamos”, e não “somos”!

Sabe aquela fase em que passamos por situações complicadas e não somos compreendidos? Ficamos nervosos, agressivos e rabugentos, não é mesmo? Mas essa situação é transitória, porque, na verdade, não SOMOS rabugentos ou nervosos, simplesmente ESTAMOS assim.
Com as crianças é a mesma situação. A não ser que haja algum distúrbio de humor, como ocorre com os adultos, as  crianças quando estão “agressivas” ou “violentas”, na verdade, estão atravessando momentos difíceis e frustrantes. Uma vez que reagem dessa forma e são ouvidas, acabam por incorporar o comportamento.

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O Jornal O Estado de São Paulo (16/05/2016) publicou uma matéria sobre Educação Infantil que mexeu conosco: “Sem boletim, ensino infantil ganha relatório – na falta de provas, escolas investem em avaliar detalhadamente como se dá o desenvolvimento das habilidades cognitivas das crianças”.
A gente se perguntou:
Qual a concepção de infância que permeia essa abordagem de avaliação?
O que se espera do desenvolvimento infantil no âmbito das escolas, numa era marcada pelos estudos das múltiplas inteligências de Howard Gardner?

Reportagem Estado de São Paulo 16-05-1016

Segundo a reportagem do jornal, algumas escolas vêm investindo na elaboração de instrumentos detalhados para avaliar as habilidades e comportamentos das crianças. Questões como reconhecer as letras do próprio nome, contar de 1 a 10, colocar e abotoar o casaco, amarrar os cadarços do sapato e aguardar a vez numa situação social são foco desses relatórios que abordam o desenvolvimento infantil.

A fase da primeira infância, tão pautada pelo contexto familiar e cultural da criança, pela incrível capacidade de pesquisa e pela transversalidade da aprendizagem traz surpresa ao ser tratada de forma unificada, com instrumentos como os citados na reportagem.

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Mediação, produto, processo, brincadeira e conhecimento de mundo. Estes são conceitos que recheiam os livros de pedagogia e as formações. Sabemos o que eles significam? Pensamos nesses conceitos na prática diária?
Convidamos você para fazer uma parada! Stop! Vamos refletir? Vamos fazer uma parada para pensar.

Reflexão… uma palavra tão presente! Falamos muito sobre ela mas nem sempre caminhamos pelos seus significados.

  • Na Psicologia, refletir significa pensar sobre um tema.
  • Na Física, refletir é mudar de direção (percebemos isso quando mergulhamos metade de uma varinha numa piscina e vemos sua imagem distorcida).
  • Para a Matemática, a reflexão está relacionada a uma transformação geométrica.
  • Para os Programadores, reflexão é a capacidade de um programa observar ou modificar a sua estrutura

Uma “parada para pensar” que abraça todas essas ações, pode produzir transformações e novos comportamentos. Propomos uma jornada com 5 pontos de parada para se observar, pensar, mudar de direção e transformar estruturas.

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