Registros e Documentação

Identificamos uma angústia nos professores que os paralisa e bloqueia o exercício do registro: é preciso registrar e refletir sobre todos os momentos e todas as crianças? Como é possível observar, anotar e fotografar quando precisamos estar atentos ao desenvolvimento da proposta, à mediação, ao cuidado e sem deixar de lado os interesses individuais? O que dizer então sobre o número exagerado de crianças pequenas nas turmas de Educação Infantil? Finalmente, como desviar a atenção dos pequenos que sempre se sobressaem ou monopolizam nossa cota de cuidados?

imagem 2 observação e registro

Não são poucos os motivos que justificam as angústias de ter que se transformar num super-professor com poderes extraordinários! Mas não temos superpoderes… Por isso, o caminho é o foco!  Como assim?

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Ao final de cada sequência didática ficamos com a sensação de que deveríamos ter uma plateia acompanhando as habilidades e conquistas dos nossos pequenos! Puxa vida, tem muita gente perdendo esse espetáculo da vida real! Talvez registro e documentação pedagógica sejam um caminho. Mas como dar os primeiros passos para registrar e documentar?  Ou isso tudo é simplesmente “burocracia”?

Recentemente recebemos e publicamos o relato da Keli – Uma prática de documentação pedagógica para aproximar famílias, uma professora de berçário que descreve seu percurso na elaboração de uma proposta de documentação pedagógica. Sua intensão foi fortalecer a comunicação com os pais, na medida em que na rede municipal onde trabalha a participação dos pais e da comunidade na escola é bem pequena.

Uma das muitas questões que a instigava era uma forma bacana de compartilhar com as famílias todo o trabalho que era realizado com os bebês de sua turma. E a forma de apresentação deste processo resultou em alguns boletins informativos que foram entregues aos pais e expostos no quadro da escola.

O registro deve ser considerado como um instrumento metodológico da vida pedagógica. O que implica em ampliar o olhar, captar pistas para os próximos planejamentos e não ver a ação apenas como uma obrigação ou exigência da instituição. Cada professor precisa criar uma disciplina que garanta a frequência e a elaboração das informações.

Relato 1Registro e documentação pedagógica são, dentre as atividades dos professores, temas recorrentes e de constante aprendizagem. Na postagem Um guia para a jornada do relatório individual construímos uma sugestão de roteiro para auxiliar a elaboração de relatório, focando a trajetória de cada criança, com suas singularidades e conquistas.

Mas como assegurar que ao final do período, teremos material suficiente para refletir sobre o percurso de cada criança? E como criar uma rotina para compartilhar frequentemente com equipe, famílias e crianças os processos vividos pelo grupo?

A resposta parte de perceber e experimentar os ganhos com a disciplina de fazer registro que, como já dissemos, não é burocracia, mas é parte integrante do trabalho do professor.

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Em 2015 a professora Keli Patricia Luca trabalhou no berçário da EMI Candinha Fedato Massei, de São Caetano do Sul, SP. Pela primeira vez assumindo um dos turnos de uma turma de crianças pequeninas, a relação com as famílias passou a ser um desafio necessário. Como elaborar uma documentação pedagógica que dialogue com os pais?
 Como compartilhar com as famílias o trabalho desenvolvido com os bebês?
 Como apresentar o desenvolvimento das crianças de forma fundamentada e acessível?
 Qual o melhor canal de comunicação com os familiares, a professora do turno da manhã e a equipe pedagógica?

Ao escrever para o Tempo de Creche, Keli compartilhou sua jornada junto aos bebês e a construção de uma relação de entendimento e cumplicidade com as famílias e colegas de trabalho.

registro fotográfico espelho professora KeliO primeiro passo da professora foi pesquisar e estudar sobre a faixa etária e as peculiaridades da rotina no berçário, muito diferentes das outras faixas etária com que havia trabalhado. E foi justamente nas primeiras semanas, no período de adaptação dos bebês, que percebeu a distância dos pais e a falta de informação do que era feito na escola, dificultava o processo e agravava a sensação de insegurança e o choro dos bebês. Era um período de grande sofrimento das três partes envolvidas: bebês, pais e educadores.

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Qual a importância de ouvir a fala das crianças? Falamos na escuta e no registro das colocações que os pequenos fazem sobre o mundo, suas relações com os adultos e as hipóteses que povoam suas mentes. Qual a visão de educadores e famílias a esse respeito?

Escutamos e acolhemos as crianças porque o que elas têm para expressar é importante. Crianças aprendem sempre, especialmente quando se interessam pelo assunto. Nós adultos precisamos identificar esses interesses para proporcionar melhores possibilidades de aprendizagem. Simples assim: se identificamos o que provoca a curiosidade dos pequenos, contribuímos com uma educação significativa que visa mudanças. Isso é falar sobre protagonismo infantil, onde os pequenos encabeçam seus percursos de brincar, pesquisar e aprender. Na postagem Protagonismo Infantil em quatro falas, a pedagoga Alice Proença coloca que o protagonismo só pode ser visto em função de uma relação. Alice diz que ora o adulto é protagonista, ora é coadjuvante. Ser coadjuvante significa estar criando um meio para o outro poder ser o ator principal, neste caso, a criança.

diário de registro das falas das crianças

→  Você tem escutado suas crianças?
→   Também se coloca no papel de coadjuvante para que ela tenha o papel principal?
→   Você provoca situações de conversa para levantar as hipóteses que os pequenos fazem sobre o mundo ao seu redor?
→  Você tem o hábito de registrar as falas captadas nas conversas e também as espontâneas?

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O que a seleção de fotos e legendas podem contar?
Um aspecto fundamental da reflexão sobre os registros fotográficos é a seleção das fotos que tiramos durante as propostas e as legendas explicativas que atribuímos a elas.
É comum vermos fotos que apresentam um olhar superficial das atividades e os rostos satisfeitos das crianças. Esse material é utilizado pelos professores nas reuniões pedagógicas e, em forma de painéis e publicações no Facebook, para que os pais acompanhem seus filhos nas escolas.

O que estamos, de fato, revelando com essas imagens?
Qual o objetivo que está por traz de cada clique?
O que nos guia ao selecionar as fotos?
O que estamos buscando nesse tipo de registro e o que queremos comunicar?

Todos os dias são publicadas toneladas de fotografias nas redes sociais sobre a festinha, a dancinha, as mãozinhas sujas de tinta, as corridas de motoca no pátio, a roda de histórias, a hora do suco e centenas de rostinhos lindos.

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Oferecemos uma grande quantidade de informações sobre Neurociência e desenvolvimento de bebês de 2 a 6 meses na postagem Neurociência, aprendizagem e desenvolvimento infantil – 2 a 6 meses . Abordamos:

  • como os bebês conhecem e aprendem sobre o mundo,
  • como interagem e se expressam e
  • como se relacionar com eles para conhecê-los e trabalhar no seu desenvolvimento
    E agora? O que fazer com essas ideias?

O desafio do educador é estar preparado para ir ao encontro dos interesses do bebê na sua singularidade. Nesse sentido, precisamos perceber os pequenos, registrar seus percursos e arranjar tempo para fazer tudo isso com qualidade na correria da rotina

Desse modo, os conteúdos da Neurociência servem como referência para conhecer os bebês do grupo e como orientação para a escolha, organização dos espaços, materiais e elaboração de propostas adequadas.

atividades sensoriais para bebês

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Tempo de Creche conversou com a doutora em educação Amanda Cristina Teagno Lopes, autora do livro Educação Infantil e Registro de Práticas, sobre o planejar, observar, registrar e documentar na nossa prática.

Tempo de Creche – Como você vê o uso dos instrumentos metodológicos – reflexão/avaliação, planejamento e pauta do olhar nas práticas dos professores da Educação Infantil?

Amanda – Penso serem instrumentos essenciais ao alcance da boa qualidade das práticas pedagógicas, uma vez que ajudam o professor a tornar seu trabalho mais intencional, a observar as crianças e seus percursos de aprendizagem e desenvolvimento, a avaliar sua ação enquanto docente.

É muito importante planejar um dia de trabalho, um projeto, uma sequência de atividades a serem desenvolvidas; isso ajuda o professor a ter clareza sobre os objetivos que quer alcançar, e como fazer para alcançá-los. O planejamento representa uma previsão, uma antecipação do que se pretende alcançar (assim como ter uma lista de compras quando vamos ao supermercado nos ajuda a otimizar o tempo e mesmo o dinheiro gasto…). Isso é planejar.

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documentação pedagógica do professor 2“Documentação Pedagógica” é diversificada, apesar de não se falar dela no plural!
Não tem norma e nem regra para a sua elaboração, porém o FOCO é o seu guia:
»Foco número 1: tornar visível e evidente as aprendizagens
»Foco número 2: a quem ela se destina (para quem será elaborada)
E ponto final! Mistério resolvido!

Será…?
Vamos clarear um pouco mais esses focos.

balão laranjaFoco 1: TORNAR AS APRENDIZAGENS EVIDENTES

A Documentação Pedagógica é a elaboração das informações levantadas com o REGISTRO. Anotações, fotos, filmes, gravações e produções das crianças são reunidas para provocar e instigar o educador:

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O que o professor observa? Como é esse olhar? No que ele se diferencia dos vários olhares que as crianças recebem dos pais, dos familiares, do médico e de outros educadores?

professor observadorO professor desenvolve um olhar observador da cena pedagógica: das crianças individualmente, em sua relação com o grupo e com os adultos, nas situações de aprendizagem.

Por quê?

A observação é uma ferramenta necessária para quem trabalha com educação. Por meio da observação o professor direciona seu olhar para buscar ver o que ainda é desconhecido. Por ser um olhar intencional, pensa e questiona a respeito do que vê e quer entender o que está acontecendo. Não é um olhar vago à espera de descobertas, é olhar cuidadoso, observador, olhar reflexivo.

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Fotografia é uma das linguagens da arte que pode, de fato, captar a poética da infância. Como fazer isso acontecer?

Crianças

Fala-se intensamente sobre Registro e Documentação Pedagógica do professor e de suas crianças. Mas salta ao pensamento a importância dos relatos escritos e a fotografia como apoio, suporte ou até mesmo embelezamento do resultado da reflexão do professor.

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