Lições e dicas do Colégio Sidarta

Lições e dicas do Colégio Sidarta

Fomos visitar o Colégio Sidarta, SP, e saímos de lá com muitas dicas e lições.
O Sidarta nasceu em 1998, da iniciativa de um imigrante chinês, Chang Sheng Kai, que queria retribuir a acolhida que o Brasil deu a ele e sua família. Com isso, foi criado o Sidarta como escola de aplicação.
O que isso quer dizer?

Aí vem a primeira lição dessa comunidade: pesquisar o mundo para se pesquisar e se reinventar. A equipe da escola está sempre intranquila. Lá se busca conhecer o que acontece no mundo da Educação, da Ciência e da Cultura para arriscar novos modos. Segundo a diretora Claudia Siqueira, se você não arrisca não aprende. Criamos uma escola para a criança. Enquanto existem escolas oferecendo “metodologias”, a gente procura ser o que a criança precisa.

sidarta_colégio

Assim, o Sidarta é uma referência que cumpre com a missão de levar seus princípios e práticas educacionais para o maior número de pessoas. Tem uma atuação importante na rede pública do seu entorno, abrindo seus conhecimentos em formações continuadas com os educadores.

Nathalia VieiraA segunda lição veio na conversa com a Claudia, que afirmou que o Sidarta não é uma escola inclusiva!
Como assim?
Ficamos perplexas!
Não existe inclusão para a Claudia, porque a escola parte do princípio de que o mundo é diverso. A diversidade das pessoas é uma realidade e isso deve ser natural e não uma bandeira.
Um dos princípios defendido pelo seu fundador é sabedoria é reconhecer a unidade que existe na diversidade.

QuitandaA terceira lição veio dos materiais. Por todos os lados encontramos materiais reaproveitados e transformados. Dar novos usos para aquilo que poderia poluir ou simplesmente representar desperdício é uma cultura entre professores e alunos. As sucatas são tão valorizadas que a escola tem uma sala chamada Quitanda, localizada num ponto central, organizada e disponível para atender aos inúmeros projetos que borbulham em todas as turmas.

A visita também nos inspirou para registrar e compartilhar algumas dicas práticas.

1-  Telas de Proteção para proteger as paredes!

Paredes de corredores e salas tem aquelas telas de proteção de janelas fixadas por meio de ganchos. Esse material facilita pendurar cartazes, objetos e as produções das crianças de forma dinâmica e sem estragar as paredes!
Telas usadas podem ser conseguidas como doação nas empresas, uma vez que precisam ser trocadas periodicamente.

Dicas de telas de proteção

2-  Tintas aos poucos e self-service!

A atelierista Priscila Okino coloca as tintas guache em potes tipo aqueles usados para sabonete liquido, e os deixa disponíveis para as crianças se servirem.
A Priscila nos contou que as crianças aprendem a se servir das cores que desejam, sempre que precisam. Aos pouquinhos, a professora fica livre para observar e interagir com a turma e acabam os desperdícios!

Atelierista

Saladinhas3-  Saladinhas na mesa para estimular o gosto!

Cada mesa de refeição do refeitório tem pequenas vasilhas com um pouco de salada no centro. Deixar os vegetais à disposição das crianças, provocando-os constantemente, fez o consumo da salada aumentar. As crianças pegam as verduras, experimentam e começam a apreciar.

4-  Brincadeiras que começam num dia podem continuar no outro!

Visitando as salas, encontramos uma prateleira com uma construção de caixas de ovos em curso. A professora preserva os projetos que as crianças então trabalhando para que sejam retomados no dia seguinte. Os projetos das crianças são a base da Educação do Sidarta, assim, uma pesquisa que precisa de mais tempo para ser concluída não se transforma em “uma bagunça” a ser arrumada no final do dia. Há um respeito pelos processos de pesquisa em curso.

Brincaeiras com caixas de ovos

5-  Pesquisa com diferentes solos

O que as crianças encontram na natureza? O que podem aprender com seus elementos?
Uma grande variedade de solos trazidos por elas, em potinhos entregues pela professora, podem possibilitar diversas pesquisas como: organização do material, análise e classificação dos tons de terra, consistência, identificação da granulação, umidade e temperatura de cada tipo de solo etc..

pesquisa de solos

Acreditamos na riqueza dos encontros e nas possibilidades de aprendizagens que eles promovem. Conhecer outras escolas oportuniza experiências que ampliam caminhos e trazem novos recursos para repensar a nossa ação e crescer.

Foram muitas lições e dicas! Esta foi só uma pequena amostra do que aprendemos no Sidarta. Por isso, planejamos outras postagens para abordar com maior profundidade alguns projetos que valem a pena ser compartilhados.

Balão-Para-Saber-MaisLeia mais sobre os conteúdos dessa postagem nas matérias:

 

3 comments

Olá, Maria!

Ficamos contentes em ver seu comentário! Estamos sempre abertos para receber visitas – um de nossos focos é, justamente, compartilhar as nossas práticas.

Dê uma olhadinha no nosso site e envie uma mensagem para agendar sua visita!

Um abraço,

Fiquei encantada com as atividades desenvolvidas , gostaria muito de poder visitá-los. É um exemplo que merece ser seguido. Parabéns.

Olá Maria!
Obrigada pelo retorno.
O Instituto Sidarta tem uma atuação intensa para compartilhar suas pesquisas e aprendizados. Vale a pena enviar uma mensagem e tentar agendar uma visita.
Abraços!

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