Criança: no singular e no coletivo
Janeiro é o período da adaptação das novas crianças. É também o momento de planejar as formas de apresentar o novo para as crianças que voltam das férias. Tem muito a ser pensado para fazer os pequenos se sentirem bem e integrados na nova etapa de suas vidas. Nesta postagem, Tempo de Creche lembra a importância dos momentos individuais e coletivos de cada criança.
Uma mudança importante na vida da criança de 0 a 6 anos é o movimento de saída de seu mundo familiar para o mundo coletivo da creche. A percepção desta coletividade tem dois lados: a perda da individualidade e a possibilidade de interação com as outras crianças nos encontros do pátio, nas refeições, nas brincadeiras, nos cantinho do faz de conta da sala, nas atividades de arte…
Como a criança vive sua singularidade e o coletivo?
Quando a criança está em seu mundo particular, em um momento só seu de pesquisa, as descobertas acontecem no campo da experimentação. Envolvida no seu fazer, a criança está vivenciado a cada segundo o que surge à sua frente. Está imersa e as ações trazem significados para ela. Como diz o pedagogo e filósofo espanhol Jorge Larossa Bondia, significativo é o que fica gravado em nós, passa a fazer parte de nós e só a experimentação possibilita isto. A construção de uma pessoa vem da soma das pequenas experimentações, sendo as primeiras na educação infantil.
Palavra de… Maria Alice Proença: a cultura do fazer coletivo na Educação
Para Maria Alice de Rezende Proença, doutora em Educação, o estabelecimento de uma cultura de registro coletivo transforma o dia-a-dia em aprendizado e contribui para a construção pessoal de cada membro da equipe. Um caminho constituído a partir da prática frequente de agir, registrar, refletir e agir novamente com a clareza da intenção da ação docente para promover aprendizagens cada vez mais significativas.
Um mapa como síntese para todo o trabalho:
Tempo de Creche – Qual a importância da história pessoal para o trabalho dos educadores da Educação Infantil? Como construir este sentimento de pertencimento?
Alice – Para entrar em qualquer tipo de trans-formação, o sujeito tem que primeiro partir de uma história pessoal. Essa narrativa é que vai dando para o sujeito a possibilidade de tomar consciência do seu percurso.