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A leitora Maria do Rio Grande do Norte nos envia uma dúvida comum a diversos professores da educação infantil: como fazer um planejamento sair do papel e se transformar em realidade? Como lidar com a não adesão das crianças às atividades propostas, fugindo às expectativas do professor? Qual o ponto de equilíbrio entre engajamento, autonomia e brincadeira durante uma atividade? Ao acreditar que estes questionamentos são compartilhados por outros leitores, pedimos permissão para a Maria e publicamos sua história com o Tempo de Creche.

Olá meu nome é Maria.
Estou com 18 crianças de 2 anos e tenho passado por uns apertos de enlouquecer. O que tenho planejado não tenho conseguido executar. É tanto sobe e desce… vem pra cá… olha a surpresa… não faça isso… aí não… não abre isso… saia daí… que fica estressante e sufocante para todos nós. Tenho a consciência de que são crianças pequenas, curiosas, mas apresentam uma teimosia infinita.
Ao final do dia estamos exaustas e frustradas, pois nada (ou pouco) do que foi planejado conseguiu sair do papel. O que fazer para construir junto com essa turma, uma rotina mais tranquila sem podar o interesse e a curiosidade inerentes a idade, sem perder o brilho tão lindo que existe no olhar?
Aguardo um conselho.
Maria, professora de uma Escola de Educação Infantil do Rio Grande do Norte

Ao ler a postagem Como dizer NÃO para crianças pequenas? a leitora desabafa contando que está com 18 crianças de 2 anos e tem ‘passado por uns apertos de enlouquecer’.

Maria das Graças, professora em Parnamirim – RN, conheceu o Tempo de Creche Educação por meio de um dos nossos textos sobre a BNCC, entregue por uma colega. Diz ela que, desde então, acompanha de perto as publicações do blog e que os artigos e entrevistas têm sido valiosos para a sua prática.  😛

Na intenção de contribuir com a reflexão sobre as angústias e preocupações apontadas pela leitora, organizamos esta postagem.

No seu comentário, a Maria nos indica um ótimo caminho para planejar propostas e ficar satisfeita com os resultados: construir junto com essa turma, uma rotina mais tranquila sem podar o interesse e a curiosidade inerentes a idade.
Mas como fazer isso?
Tudo parte do que já se tornou um clichê da prática pedagógica, mas que ainda é mal compreendido: observação, escuta e registro. Não há outro caminho para não podar o interesse e a curiosidade das crianças, como afirma a leitora.

O problema é que assumimos que conhecemos os interesses das crianças, sem nos atermos aos fatos. Sim, FATOS, como aqueles identificados pelos investigadores. Temos o costume de acreditar que podemos intuir sobre os sentimentos e opiniões dos outros. Isso é automático e natural, só que não funciona.

É preciso identificar o que nos leva a pensar nisso ou naquilo. Nesse sentido, o registro das observações e da escuta das crianças cumpre seu papel de ajudar na identificação dos fatos.

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