Desvendando conceitos: contexto significativo, singularidade e encadeamento de propostas
Que tal falar de contexto significativo, singularidade e encadeamento de propostas começando por entender estes conceitos? Pode ser obvio que ao planejar uma proposta, o professor vai organizar um contexto. É fácil pensar que vamos preparar um ambiente composto por espaço, materiais e a dimensão do tempo, considerando o momento do dia mais apropriado para desenvolver a proposta e a quantidade de tempo suficiente para acolher com tranquilidade as vivências das crianças. Mas contexto não é tão obvio assim! Porque, às vezes, o professor esquece que um contexto de aprendizagem parte de uma intenção fundamentada, apoiada num propósito pedagógico e na adequação ao grupo de crianças. O que quero dizer com isso?Que ao planejar, é preciso levar em conta as necessidades das crianças, os objetivos de aprendizagem e um contexto que interesse as crianças para que elas possam viver experiências e desenvolver os aspectos que guiaram planejamento. Isso é pensar…
De onde parte o seu planejamento?
Conversando com as coordenadoras de duas escolas em que faço formação, a queixa foi a mesma: “a minha equipe continua planejando propostas descontinuadas”; “parece que o professor pensa no dia o que vai fazer com a turma”; “os planejamentos não estão levando em conta o que as crianças já têm feito e descoberto. Cada dia é ‘uma novidade’”; “o que os professores escutam das crianças não é levado em consideração no planejamento”. Professor, se você sente que sua prática tem trilhado este caminho, e coordenador, se você se identifica com a preocupação das coordenadoras acima, esta postagem pode ajudar a clarear o cenário e acender questionamentos. E no final, compartilhamos instrumentos de PLANEJAMENTO e de REGISTRO para inspirar a sua prática. ESCUTAR é partir das crianças e valorizar seus interesses e necessidades de aprendizagem. INTENCIONALIDADE PEDAGÓGICA é planejar encaminhamentos (isto é, sequências) que consideram as questões significativas para o grupo…
Final de ano: oportunidade para as arrumações na sala e faxina nos brinquedos!
Ao aproximar-se o final de ano, o movimento é grande e são muitas as obrigações, arrumações e afazeres, tudo à beira de um período de festas e comemorações. Mas ainda temos um grupo de crianças que continua frequentando a escola. O que fazer de diferente com essa turminha?
Sentimos no ar uma mudança no espírito, esses meses de final e início do ano têm uma atmosfera diferente…
Nessa altura as crianças estão mais amadurecidas e integradas. Os maiores e os menores se conhecem e brincam juntos. Os espaços da escola são familiares e os materiais também. A autonomia está em pleno exercício. Porém, o papel do professor não entrou de férias. Ainda é preciso aproveitar o tempo com as crianças e criar ambientes de aprendizagem.
Que tal propor uma nova organização do espaço e a redistribuição dos materiais!
Para unir o útil ao agradável, pense em transformar a organização dos materiais em brincadeira! E quanto aos brinquedos velhos, incompletos e quebrados, será que eles podem ser reaproveitados?
Aqui vai uma sugestão que pode ajudar o professor a encontrar um caminho interessante para os poucos dias que restam no ano…
Levantamento, separação e organização
Junte todos aqueles brinquedos e partes de brinquedos que não vão ocupar as prateleiras de destaque no próximo ano. Você pode solicitar os descartes de outras turmas e até mesmo os da cozinha (cuidando para não incluir vidros, facas e outros itens perigosos).
Prepare caixas de papelão de diferentes tamanhos, arrumando-as nos cantos da sala.
A dica é colocar todo o material que será rejeitado sobre um tapete, tecido, lona plástica ou folha grande de papel e convidar a turma para separar e guardar nas caixas.
Para os pequeninos, entre 18 e 24 meses, tudo vale. Ainda é complicado fazer seleção e classificação. Porém, se o grupo já começar a nomear cores, compreender as relações entre objetos como carrinhos, bonecas, copinhos e pratinhos, é possível lançar o desafio de guardar os materiais de acordo com algumas classificações.
Mandalas para inspirar as férias
O universo é composto por formas.
As crianças são sensíveis a essas formas e ficam intrigadas com a regularidade das margaridas, com as nervuras das folhas e com a imprevisibilidade das pedras encontradas pelo caminho. Algumas são harmoniosas e pertencem à cultura de diversos povos. As mandalas são um exemplo da manifestação de um universo estético que atravessa a história da humanidade. Mandalas são composições quase instintivas, construídas com naturalidade pelas crianças.
Que tal aproveitar as férias, experimentar trazer as mandalas para as crianças e acompanhar os percursos do grupo ao se inspirar nessa estética milenar?
Organização de atividades: garantia de brincadeira e aprendizado
Como a organização de atividades evita atropelos? Como mediar para oportunizar experiências e aprendizados e garantir a brincadeira?
Um cardápio variado de cantos de atividades
Que tal testar novos cantos de atividades e pensar sobre aqueles que devem permanecer na sala?
Antes de começar esta conversa, é importante dizer que a escola existe na vida dos pequenos para ampliar seus desafios e construir saberes. Por isso, canto permanente não quer dizer imutável! Cantos permanentes de atividades tem uma temática que se mantém, mas a partir da observação e do acompanhamento das brincadeiras, o professor pode introduzir novos materiais, alterar a arrumação e até dar um descanso no tema, se perceber que os interesses estão diferentes.
É comum encontrarmos nas salas da Educação Infantil cantos de leitura, de casinha, de cozinha e até de carrinhos e fantasias. Com essas organizações de espaços e materiais, provocamos exploração, investigação e o faz de conta. Todas as propostas de brincadeira são importantes, mas os cantos permanentes provocam a escolha: com quais materiais quero brincar agora? Com quem quero brincar? O que posso inventar? É puro exercício de autonomia!
Organização de propostas: garantia de brincadeira e aprendizado
Como ser educador em meio à cena pulsante de crianças vivas e curiosas que seguem seus desejos para apreender o mundo? Como elaborar e organizar planos e propostas na educação Infantil?
Segundo Madalena Freire, ensinamos e aprendemos a partir do que sabemos, do que tem significado para nós. Os conteúdos que despertam e estimulam, tem que ter sentido para nós e para as crianças nesse jogo de ensino-aprendizagem. Nessa jornada, o educador da Educação Infantil, faz a mediação:
- Afasta-se para permitir a livre pesquisa e a criação
- Observa para perceber as descobertas que devem ser valorizadas, as dificuldades e as demandas que as crianças fazem
- Valoriza as descobertas e as conquistas do desenvolvimento
- Encaminha, intervindo a partir as demandas das crianças, com propostas de novos materiais, locais e situações de forma a enriquecer ainda mais as aprendizagens obtidas no processo de pesquisa
- Mantém o ambiente seguro para cuidar do bem-estar
Assim, nessa intermediação, o educador é o mediador no processo de leitura e pesquisa do mundo realizado pelas crianças.
Que tal experimentar esse modo de olhar?
Crianças e educador: uma parceria para desbravar um mundo!
Como conhecer a criança, o grupo e escolher como agir?
Final de ano com as crianças: oportunidade para organizar e reutilizar
Chegamos a mais um final de ano movimentado, com obrigações, arrumações e afazeres, tudo à beira de um período de festas e comemorações. Mas ainda temos uma turminha de crianças que continua frequentando a escola. O que fazer com esses pequenos?
Nessa altura as crianças estão mais amadurecidas e integradas. Os maiores e os menores se conhecem e brincam juntos. Os espaços da escola são familiares e os materiais também. A autonomia está em pleno exercício. Porém, o papel do professor não entrou de férias. Ainda é preciso aproveitar o tempo com as crianças e criar ambientes de aprendizagem.
Para unir o útil ao agradável, já pensou em transformar a organização dos materiais em brincadeira? E quanto aos brinquedos velhos, incompletos e quebrados, será que eles podem ser reaproveitados?
Aqui vai uma sugestão que pode ajudar o professor a encontrar um caminho interessante para os poucos dias que restam no ano..
Um roteiro para sonhar e planejar
Atuar com previsão, organização e preparo favorece uma atmosfera mais tranquila e o olhar antenado nas pesquisas das crianças. Fazer um planejamento cuidadoso e atento às demandas e desejos expressos pelas crianças é um passo para conquistar situações como essa. E um roteiro para planejar pode ajudar a exercitar o ato de planejar.
Para Madalena Freire, reconhecer os limites do contexto e da atuação do professor revela os caminhos do planejamento. São os próprios limites em sintonia com a realidade:
- O que é possível fazer?
- Quais os saberes e potencialidades que reconheço no grupo?
- Quais desafios são adequados à faixa etária e a este grupo?
- O que eu já sei e o que preciso pesquisar?
Madalena ainda fala sobre a liberdade, e talvez uma certa leveza, para atuar quando existe organização e disciplina do educador que “organiza, delimita e direciona a liberdade” de si e do grupo. Assim, pensar no planejamento envolve duvidar, perguntar e se questionar. Que tal experimentar um roteiro de planejamento que busque estruturar sua atuação e as conquistas das crianças?