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Conversamos com a doutora em Educação, Maria da Graça Souza Horn para pensar sobre projetos na educação infantil. Acompanhe os esclarecimentos da educadora e as nossas reflexões para começar o período letivo com novas ideias.

Chegamos ao segundo semestre e os temas para os projetos ainda podem trazer dúvidas para os professores. Projetos não são simples e, não querendo complicar o que já parece complicado, na educação infantil os projetos também têm seu grau de complexidade e envolvem diversas áreas de aprendizagem e de ensino.

Planejar um projeto para crianças pequenas não é sortear um tema ou tirar uma ideia da cartola! Simplesmente porque, o projeto precisa pertencer a todos os envolvidos. Adiantaria ao governo de uma cidade desenvolver um projeto de vacinação sem contar com os órgãos de saúde e o interesse da população? Então… com as crianças é a mesma coisa!

Perguntamos para a Maria da Graça, por que é preciso pegar pistas com as crianças para trabalhar com projetos?

Maria da Graça explica: eu faço uma analogia com garimpo. Garimpar é a gente ir buscado, pegando. Porque as pistas são tão importantes? Se a gente trabalha numa perspectiva de currículo narrativo, a narração das crianças é que dão as pistas. Elas vão contando exatamente aquilo que elas querem aprender, aquilo que as inquieta.
O que é importante a gente fazer? É importante a gente prestar atenção ao que as crianças dizem, falam, como elas brincam… A partir daí eu posso pinçar, garimpar neste universo, o que naquele momento está sendo significativo para o grupo. Para isto acontecer, eu tenho que desenvolver uma capacidade muito aguçada de observar, escutar e registrar.

Vamos pensar na questão prática. Se eu preciso escutar as crianças para criar uma narrativa de projeto, é possível estabelecer um tema no início do semestre?
Respondo que não!
Estamos para iniciar um novo período e você teve alguns meses de trabalho com seu grupo. Procure responder às seguintes perguntas:

  • Do que as crianças brincaram?
  • Sobre o que elas fizeram perguntas?
  • O que as intrigou?
  • O que elas comentaram?
  • Por quais histórias são apaixonadas?
  • Como são as brincadeiras na área externa?
  • Quais assuntos são conversados?

Se você respondeu a todos estes questionamentos e ainda não pinçou conteúdos de interesse do grupo, pode pensar: e se não surgirem questionamentos, interesses claros ou perguntas das crianças que possam gerar hipóteses e pesquisas? Como levar adiante a ideia de um projeto?

Nestes casos o professor pode propor. Ele pode apresentar algo interessante para o grupo e fazer uma escuta atenta das colocações para avaliar a curiosidade das crianças. Pode também fazer uma seleção de histórias, reportagens, documentários, livros e apresentar materiais, como elementos da natureza, para “garimpar” possibilidades. É aproveitar a hora da roda e das intervenções durante as brincadeiras para jogar sementes de provocação, fazer a escuta e avaliar os interesses.

Mas o oposto também pode acontecer quando um tema cativa as crianças de tal modo que seus questionamentos e investigações não terminam em um semestre. No CEI Aníbal Difrancia (SP), a turma 3 a 4 anos da professora Cátia ainda não esgotou sua pesquisa sobre dinossauros. O que no início pareceu coisa de “livrinho de história do canto de leitura” avançou para uma investigação científica. A professora admite que tinha outras ideias para o projeto do primeiro semestre, mas, ao valorizar os interesses das crianças, percebeu que deveria deixar a Paleontologia envolver o grupo e a ela mesma.

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A areia, e suas mil utilidades na Educação Infantil, é sempre um recurso que atrai as crianças e desperta para muitas brincadeiras. O CEI Shangri-la, em São Paulo, fez uma proposta diferente com esse material: vamos mudar a cor da areia?

As professoras Esilaine e Laudiceia forraram com lona plástica um dos espaços externos, organizaram bacias, pequenos potes de tinta guache e palitos de sorvete, um para cada criança.

Atividade de areia Shangri-la 1

Introduziram a proposta com uma quantidade de areia apresentada em duas bacias no centro do espaço. As crianças foram convidadas a buscar uma bacia vazia e pegar um pouco de areia das bacias centrais.

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BNCVocê conhece e utiliza os documentos referenciais e orientações curriculares na sua prática? Já ouviu falar da Base Nacional Comum Curricular?

O PNE – Plano Nacional de Educação prevê a elaboração de (mais!) um documento orientador para as práticas da escola: a Base Nacional Comum Curricular, em processo de tramitação no congresso.

Nesse documento, profissionais especialistas e interferências da sociedade pretendem construir coletivamente os “direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento dos alunos”.

O material foi elaborado com uma dinâmica fácil de ser percebida: 6 direitos de aprendizagem na Educação Infantil são reconhecidos como objetivos de aprendizagem a serem implementados em 5 campos de experiência. Nessa abordagem o professor tem 30 dimensões a serem trabalhadas com as crianças de 0 a 6 anos. Veja a tabela abaixo.

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Temos o hábito de nomear “projeto” as atividades ligadas a uma temática comum como, por exemplo, Projeto Teatro de Sombras, Projeto Lagartixas e Lagartos, Projeto Construindo Cidades, Projeto Horta, Projeto Bumba meu boi etc.. Mas…
…será que são mesmo “projetos”?

desenho de foguete

Balão-na-PráticaRefletindo a partir da prática, vamos imaginar que um grupo de crianças se interessa pela Lua (por meio de uma história, um filme, uma conversa na roda, a Lua que se mostra no céu do dia etc.). O professor percebe, registra e planeja intervenções para ampliar descobertas:

Balão-Dúvida-pOnde fica a Lua? Perto, longe …
Como ela é? Qual a sua cor?
O que tem lá?

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Na primeira parte dessa publicação (Proposta Pedagógica para o próximo ano: é hora de trabalhar em equipe!) fizemos uma proposta para pensar a Creche do ano que está por terminar como um todo: estrutura e ações realizadas. Agora é aquecer os motores para o próximo ano organizando ideias e propostas no Projeto Pedagógico.

Roteiros de projetos pedagógicos de diversos municípios brasileiros incluem tópicos comuns. Levantamos alguns deles e apresentamos sugestões para discussão e elaboração do documento da creche.

cartaz reunião elaboração do Projeto Pedagógico

Para fazer desse documento se tornar uma referência e apoiar toda a equipe, o ideal é que a construção do mesmo parta de encontros com a participação de todos. É na construção coletiva dos itens que o grupo admite o documento como seu e se compromete com suas orientações.

Para aquecer a conversa com a equipe e levantar as crenças e princípios que orientam a creche, propomos algumas questões:

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Final do ano é o momento de refletir, avaliar e replanejar o trabalho na creche. Pode ser também uma fase de ansiedades e incertezas para coordenação e equipe quanto à forma de elaboração do projeto pedagógico para o próximo ano.

cartaz reunião avaliação

 

capa documento Critérios para atendimento em crechesUma ótima dica para facilitar o processo é consultar o documento do MEC Critérios para um Atendimento em
Creches que Respeite
os Direitos Fundamentais das Crianças, de 2009.  Nele são apontados, de forma simples e objetiva, os critérios para um atendimento em creches que respeite os direitos fundamentais das crianças. São frases curtas com afirmações objetivas das práticas recomendadas para o trabalho com as crianças.

Desenvolvemos esse post com base no documento para propor um roteiro de reflexão e avaliação do ano que está por terminar e um caminho para elaborar a nova proposta pedagógica. Sem refletir sobre o que passou, o que percebemos como resultados nas crianças, o levantamento das questões complicadas e as formas como conduzimos as situações, não é possível planejar uma proposta conectada com a realidade e, consequentemente com uma perspectiva de resultados cada vez melhores.

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