Desenho infantil: uma linguagem do coração
Publicamos diversas postagens sobre a importância do desenho infantil para o desenvolvimento da criança. Mas como disse a Rebecca, aluna do nosso curso Desenho na Infância, “a gente fala sobre a importância do desenho mas não sabe exatamente o isso que quer dizer!”. Desse modo, ficam comprometidas a intencionalidade por trás das propostas de desenho e o acompanhamento do amadurecimento das crianças. Se não compreendemos de fato e só temos “fé” no tal do desenho, ou relegamos esta linguagem simbólica para “quando for possível”, ou lançamos mão desta atividade para preencher espaços vazios da rotina e acalmar a turma. Por isso, esta postagem pretende “traduzir” a visão de alguns estudiosos para fundamentar a afirmação de que o desenho é essencial para o desenvolvimento global da criança pequena. Quando se pensa em atividade de desenho, o que passa na cabeça é acalmar as crianças e contribuir para a motricidade, uma vez…
É dança? É música? É desenho? É dança-desenho!
Crianças não separam emoções e sensações nas suas vivências. Crianças experimentam o mundo por inteiro … com o corpo todo e a mente. Todas as dimensões participam do que propomos a elas, por isso, ao planejarmos momentos de desenho, movimentos do corpo e música, o que de fato estamos provocando? Temos consciência do conjunto de sensações, emoções e criações que estamos despertando?
Nesse sentido, alguns estudiosos têm pesquisado a abrangência do envolvimento das pessoas com as Artes e algumas conclusões podem contribuir com as práticas da Educação. Um foco desses estudos pesquisa a conexão entre desenho, pintura e as expressões do corpo.
Que relações existem entre o corpo que se movimenta e dança ao som da música e o corpo que risca e pinta sobre um suporte?
Desenhar, desenhar, desenhar …todos os dias!
Parece que é automático! É só apresentar para os pequenos algo com que riscar que o ato de desenhar se inicia na mesma hora!
Que bom! Porque quanto mais desenha, mais a criança desenvolve o desenho os ganhos cognitivos que o ato proporciona.
Até os 12 meses a criança descobre a existência dos objetos que podem deixar marcas nas superfícies (riscadores e suportes). Começa então uma produção natural e espontânea de traços, inicialmente desordenados e sem controle (garatujas desordenadas). Porque ainda não tem maturidade para coordenar seus movimentos, os traços são fortes e descontínuos. Também não existe percepção do espaço gráfico e nota-se que os traços ultrapassam os limites dos suportes (papel, por exemplo). Braço e antebraço são como um membro unido que se move a partir da articulação do ombro.